Suruba de Autor@s

No dia 22 de fevereiro pelas 20h, no contexto da 25ª edição das Correntes d’Escritas, Susana Mendes Silva apresentará “Suruba de Autores”, uma leitura performativa a partir de uma selecção de textos, imagens e músicas relacionados com erotismo e perversidade de autores como Luciano Cordeiro, Mariana Alcoforado, Bernini, Santa Teresa de Ávila, Anaïs Nin, Pierre Louÿs, Gilles Deleuze, entre outr@s.

A prática da artista parte de subtis transformações do que nos rodeia, de gestos mínimos de subversão de códigos sociais, de regras e de estereótipos. Com irreverência e humor, a artista relaciona intimidade e violência, corpo e linguagem, sexualidade e libertação.
“Suruba de Autores” realiza-se no âmbito da exposição “Susana Mendes Silva: tu & eu”, desenvolvida em torno da obra da artista, partindo do núcleo em depósito na Colecção de Serralves e da colecção da artista, patente na Sala dos Actos do Cine-Teatro Garrett, na Póvoa de Varzim, até 24 de março.

A palavra dita e escrita, a poesia e a literatura, a confissão e o manifesto ganham particular expressão nesta exposição que revela a importância da liberdade e da celebração na obra da artista, propondo cruzamentos com as principais temáticas exploradas no contexto da 25ª edição das Correntes d’Escritas. Com curadoria de Joana Valsassina, a exposição integra o Programa de Exposições Itinerantes da Colecção de Serralves que tem por objectivo tornar o acervo da Fundação acessível a públicos diversificados de todas as regiões do país.

A performance é precedida de uma visita à exposição às 19h30.

Untitled (Get back) | Appleton box

Get Back [Ciclo]

10.04.2023, 22h
S/ Título (Get Back)
Susana Mendes Silva

A Appleton celebra 16 anos de existência e isso é motivo para novos ciclos, balanços e outras continuidades. Porém, a celebração não chega sem antes um inesperado interregno e o seu silêncio, que intensifica um forçoso pensar sobre qual é, afinal, a importância das associações culturais e dos espaços independentes dedicados à programação e divulgação artística na cidade.
A importância desta confluência de artistas, músicos, performers, curadores que entram e saem por estas portas ao longo dos anos e aqui encontram uma caixa de afectos com paredes que conservam as vivências. Parece-me que a Appleton nasce e floresce de relações de empatia, com vista à longevidade. E isso faz com que este convite para me juntar ao ciclo Get Back seja também um começo de mais uma – uma pequena semente lançada em terra fértil. Acredito que lugares que acolhem a criação artística têm campo magnético. Confidentes das questões que atravessam as obras e os criadores, despoletam possibilidades e inevitáveis embates. É preciso atender às lutas pela preservação da sua subsistência, e à subsistência das lutas que neles brotam. O ciclo Get Back chega assim da necessidade de se fazer uma celebração que é também uma forma de resistência. De persistência cuidada.

A premissa para este ciclo é simples, o convite a artistas que já aqui tenham exposto no passado e que possam voltar para um novo momento. Criar pontes e implicações à luz de um hiato temporal, com vista à possibilidade de (re)pensar, (re)contextualizar ou (re)olhar as suas práticas e as próprias condições do lugar. Get Back é essa possibilidade e zona de atuação, dentro da esfera inicial. Acontece numa brecha contracorrente e resgata artistas que contribuíram, cada um/a da sua forma, para estas fundações. O antes e o depois, o agora e o que virá, as circunferências permanentes e as conjunturas que sempre se transformam e por vezes, felizmente (esperemos), se reencontram. A arrancar com “S/ Título (Get Back)”, performance duracional de Susana Mendes
Silva (Lisboa, 1972) no mês que marca o aniversário da Appleton, este ciclo contará em Junho deste ano com a exposição “Haze” de Vera Mota (Porto, 1982) na Box e, em 2024, com Belén Uriel (Madrid, 1974).


Susana Mendes Silva é íntima a estas paredes. Em 2008 apresentou a instalação “Square Disorder” e em 2015 “Square Party”, uma performance para os 8 anos da Appleton. Com uma obra multifacetada e intencionalmente aguçada, procura o cerne para lá do invólucro, o táctil que vibra, o átomo que ferve embalado na coreografia que se reinventa e ecoa tantas vezes pela voz da própria artista. Este é um desses casos, o gesto simples que ressoa o vazio do espaço e amplia as respirações, a dúvida, o que é afinal uma coisa ou outra e tudo isto? Com ironia e delicadeza, trata-se de uma performance pela sua efemeridade e convite à espera, à indagação. Em colaboração com o músico e compositor Jari Marjamäki “S/Título (Get Back)” lança um tom que abrange muito mais que o visível, o dizível. A afirmação entoada entre flashes é um jogo de sentidos e de ubiquidade. A repetição como único caminho para a reparação. A reparação que poderá apenas vir pela consciência da sua reivindicação. Tudo acontece porque está ligado, voltamos para depois continuar. E só podemos continuar depois de voltar ao centro, claro. À interioridade. O que nos é pedido enquanto espectador/a? Talvez seja essa a nossa maior responsabilidade. Como lembra a máxima budisma Mahāyāna “Drive All Blames into One” ou pelos versos da escritora e poetisa Maya Angelou, “seek no haven in my shadow, I will give you
no hiding place down here”…
A Rock, A River, A Tree
Hosts to species long since departed,
Marked the mastodon,
The dinosaur, who left dried tokens
Of their sojourn here
On our planet floor,
Any broad alarm of their hastening doom
Is lost in the gloom of dust and ages.

But today, the Rock cries out to us, clearly, forcefully,
Come, you may stand upon my
Back and face your distant destiny,
But seek no haven in my shadow,
I will give you no hiding place down here.


You, created only a little lower than
The angels, have crouched too long in
The bruising darkness
Have lain too long
Facedown in ignorance,
Your mouths spilling words
Armed for slaughter.


The Rock cries out to us today,
You may stand upon me,
But do not hide your face.
[…]

Maya Angelou, “On the Pulse of Morning” (excerto). On the Pulse of Morning, 1993.

Carolina Trigueiros, Abril 2023

tu & eu

Concebida em estreita colaboração com a artista, a exposição tu & eu reúne um conjunto de obras de Susana Mendes Silva (Lisboa, 1972) em depósito na Coleção de Serralves e de trabalhos da coleção da artista, abrangendo o seu percurso desde a década de 1990 até à atualidade. A prática de Susana Mendes Silva desenvolve-se em torno do desenho, da performance, do trabalho de arquivo e, sobretudo, do encontro – com o público, com o espaço, com a história e com os seus pares. Tomando como ponto de partida a dimensão relacional da sua obra, esta mostra extravasa a definição convencional de exposição individual e apresenta a obra de Susana Mendes Silva em diálogo com o trabalho de artistas nacionais e internacionais que se destacam enquanto importantes referências no seu universo criativo e afetivo. Neste contexto, são apresentadas obras de Alice Geirinhas, Ana Hatherly, Dara Birnbaum, Lucia Nogueira, Hannah Wilke, Maria José Aguiar e Yoko Ono. Esta exposição, com curadoria de Joana Valsassina, integra o Programa de Exposições Itinerantes da Coleção de Serralves que tem por objetivo tornar o acervo da Fundação acessível a públicos diversificados de todas as regiões do país.

Conceived in close collaboration with the artist, the you & me exhibition brings together a collection of works by Susana Mendes Silva (Lisbon, 1972) from the Serralves Collection and works from the artist’s own collection, spanning from the 1990s to the present.
Susana Mendes Silva’s practice revolves around drawing, performance, archival work, and above all, encounters — with the public, with space, with history, and with her peers. Starting from the relational dimension of her work, this exhibition goes beyond the conventional definition of an individual exhibition and presents the work of Susana Mendes Silva in dialogue with the work of Portuguese and international artists who stand out as important references in her creative and affective universe. In this context, works by Alice Geirinhas, Ana Hatherly, Dara Birnbaum, Lucia Nogueira, Hannah Wilke, Maria José Aguiar, and Yoko Ono are presented.
Curated by Joana Valsassina, this exhibition is part of the Itinerant Exhibitions Program of the Serralves Collection, which aims to make the Foundation’s collection accessible to diverse audiences from all regions of the country.

Pacto

HOJE, 18 junho, 17h
Abrimos o momento II. Diálogo do programa “Pacto” com uma exposição com obras de Ana Hatherly, Carla Cruz, Carla Filipe, Dorita Castel-Branco, Gisela Casimiro, Leonor Parda, Luísa Cunha, Mafalda Santos, Mané Pacheco, Maria José Aguiar, Miguel Bonneville, Rogério Nuno Costa e Susana Mendes Silva
Curadoria de Filipa Oliveira
Galeria Municipal de Almada

TODAY, 18th june, 5 pm
we present moment II. Dialog of the “Pact” program with the preview of an exhibition with works by Ana Hatherly, Carla Cruz, Carla Filipe, Dorita Castel-Branco, Gisela Casimiro, Leonor Parda, Luísa Cunha, Mafalda Santos, Mané Pacheco, Maria José Aguiar, Miguel Bonneville, Rogério Nuno Costa e Susana Mendes Silva
Curated by Filipa Oliveira
Galeria Municipal de Almada

Onde estamos?

“Onde estamos?”
Dia 11 de Setembro às 18:30h
Festival Paragem
no court de ténis do Carvoeiro Hotel
em Carvoeiro, Faro

“Onde estamos?” é um projecto aural da artista visual Susana Mendes Silva com as alunas do 1° ano do curso profissional de ação educativa da ESPAMOL e foi realizado no âmbito do LA(B)GOA — Laboratório de Afinação do Gosto e do Olhar nas Artes — para o Festival Paragem organizado pela Bóia – Associação Cultural numa parceria com a Rádio Lagoa.

Com as alunas Aline Veiga, Beatriz Guerreiro, Cláudia Gonçalves, Gabriela Correia, Irina Figueiredo, Íris Sacramento, Lara Fernandes, Margarida Correia, Melanie Soares e Viviane Semedo, e e com a colaboração da Actriz e Professora da ESPAMOL Francisca Marinheira e da Artista e Performer Lara Boticário Morais.

Este projecto não teria sido possível sem a contribuição das várias transeuntes entrevistadas, de Ana Dickinson, de Ismael Medeiros e do Arquivo Municipal de Lagoa.

+ Como ouvir

na Rádio Lagoa
dia 10, a partir das 20 horas
dia 11, a partir das 16 horas
dia 17, a partir das 16 horas
dia 18, a partir das 20 horas
dia 19, a partir das 11 horas

ouvir online em https://www.radios.pt/?page_id=819&id=717
ou em 99.4 ou 100.0 FM

ou em https://soundcloud.com/susana-mendes-silva/onde-estamos

Maio – Setembro de 2021

Mariana

No próximo sábado, dia 3 de julho pelas 12h:30, partilharei o resultado do desenvolvimento da residência de investigação artística — que fiz no Museu Rainha Dª Leonor a partir do universo histórico de Mariana Alcoforado — através da performance “Mariana” na Capela da Nossa Senhora da Piedade da Santa Casa da Misericórdia de Beja.
Esta residência está integrada no programa Futurama: Ecossistema Cultural de Artístico do Baixo Alentejo com direcção de John Romão, programação de Artes Visuais de Filipa Oliveira e produção de Vítor Alegria.

La Biennale de Momon


https://momon.fr

Participating artists:
Sarah Boulton (GB),
Marc Buchy (FR/BE),
Joan Heemskerk (NL),
Frans van Lent (NL),
Susana Mendes Silva (PT),
Josh Schwebel (DE/CA),
Lisa Skuret (US/GB),
Elia Torrecilla (ES)
Martine Viale (CA/FR).

Website: Maya Rettelbach (DE)
video: Steef van Lent (NL)

La Biennale de Momon originated from the village of Maumont in the southwest of France. Maumont, similar to many old villages, has changed significantly over the past few decades. While the site has retained the same physical structure, very little has remained of the original atmosphere: Residents disappeared and strangers took over the vacancies. Agriculture became gardening, physical labor became relaxation.

The contrast between the material continuity and the change in use and atmosphere was a reason to initiate this project. The old (occitan) name of the village, Momon, is not in use anymore. It is the name of a memory. The village is two things at the same time: the immutable and the ephemeral, the stones and the living.

La Biennale de Momon is composed by nine artists: Sarah Boulton, Marc Buchy, Joan Heemskerk, Frans van Lent, Susana Mendes Silva, Josh Schwebel, Lisa Skuret, Elia Torrecilla and Martine Viale. What these artists have in common is a focus on the processes of change rather than on its material deposits.

The original plan was for the artists to each reside and work in Maumont for a time, absorbing the atmosphere, history, and stories. We agreed that after our residencies we would leave the village without a trace and that the project would be presented online only.

The pandemic has radically changed the project. Most participants only know the village from photos and video. The physical reality that had triggered the project, now plays a different role. The pandemic also changed the project conceptually, as it pushed us even more from the physical towards the virtual. Not so much experiencing this as a limitation, we accepted this as a natural event which inevitably influences our choices.
Looking  at what was still there, we imagined how this could lead us to something beautiful. We created a new colony in the virtual world, not based on the village of Maumont, but based on an imaginary Momon.

The domain momon.fr has became our new location, a new base, the new original.
Designer Maya Rettelbach  has gathered the artists’ work together on neutral terrain, in a place outside the village, in a virtual garden.

La Biennale de Momon is initiated and organised by Frans van Lent. It is the first in a series of two-year projects for the presentation of concept oriented arts.
The project is supported by the municipality of the city of Dordrecht, the Netherlands.

Susana Mendes Silva was supported by a grant of Calouste Gulbenkian Foundation and the artist would like to thank Lara Boticário Morais, Jari Marjamäki and Pedro Filipe Marques.